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os sonhos de helenas: estratégias para sobreviver (2021)

O experimento audiovisual “Os Sonhos de Helenas: Estratégias Para Sobreviver” é um desdobramento em vídeo das investigações cênicas da Stultífera Cia iniciadas em 2017 com o espetáculo “Os Sonhos de Helenas”. O filme, livremente inspirado na obra “O Livro dos Abraços”, de Eduardo Galeano, passeia por contos do autor uruguaio e pelo mundo íntimo das memórias e dos sonhos de Helena 1 (Thai Leão) e Helena 2 (Maria Alves). 

 

Flertando com o realismo fantástico e borrando as fronteiras entre realidade e ficção, a obra gravada durante o isolamento social traz, por meio de imagens oníricas, os devaneios, os fracassos e os desejos dessas duas mulheres que, mesmo trancadas em suas casas, seguem em busca de estratégias para continuar sobrevivendo com seus sonhos e memórias diante de uma realidade na qual eles já não parecem ter espaço. A elas, soma-se uma terceira personagem, Claribel Alegria (Mariana Marinho), que tenta escrever um novo mundo possível. 

 

“Os Sonhos de Helenas: Estratégias Para Sobreviver” é uma criação de Maria Alves, Mariana Marinho, Paulo Arcuri e Thai Leão, com direção de Paulo Arcuri, roteiro de Mariana Marinho e atuação de Maria Alves, Mariana Marinho e Thai Leão. A produção foi contemplada pelo 17º Programa VAI do Estado de São Paulo.

 

sobre o projeto

“Os Sonhos de Helenas: Estratégias Para Sobreviver” é um experimento audiovisual que parte dos desdobramentos da pesquisa da Stultífera Cia, iniciada em 2017 com o projeto “Os Sonhos de Helenas”. 

 

Contemplado pela 14ª edição do Programa VAI do Estado de São Paulo, "Os Sonhos de Helenas" é uma experiência teatral criada a partir de contos da obra “O Livro dos Abraços", do escritor uruguaio Eduardo Galeano. O espetáculo foi apresentado dentro da casa de pessoas dispostas a recebê-lo: as atrizes Maria Alves e Thai Leão, criadoras do coletivo, batiam em portas e pediam para entrar, mas também agendavam apresentações exclusivas para os moradores e seus convidados.

 

Neste encontro íntimo e poético no qual realidade e ficção se misturam, Maria e Thai são as Helenas: duas mulheres vindas de um tempo que não esse, mas também não aquele, que sonham todas as noites com casas diferentes. Quando isso acontece, elas fazem as malas e partem. Nas casas, as Helenas convidam os anfitriões a partilharem sonhos: os delas, os deles e os que eles criarem juntos. Com uma dramaturgia lacunar e interativa, a peça, com direção de Paulo Arcuri e texto de Mariana Marinho, flerta com o realismo fantástico de Galeano. Trata-se de um acontecimento poético regido pela sutileza. Uma celebração à potência dos encontros e àqueles que sonham e partilham memórias.

 

Em 2019, a Stultífera Cia foi contemplada pela 17ª edição do Programa VAI do Estado de São Paulo para dar continuidade ao trabalho. As atrizes voltaram a se apresentar em casas, agora escolhidas por meio de uma rede - na qual cada anfitrião presenteava um novo anfitrião com o espetáculo - e partiram para a sala de ensaio com o intuito de, dessa vez, as Helenas abrirem, no palco, a porta de sua casa fictícia para partilhar neste novo espetáculo os sonhos trocados nos lares pelos quais passaram e convidar os anfitriões a verem suas memórias e seus sonhos friccionados a de outros anfitriões e aos próprios contos de Galeano.

 

Porém, com a pandemia pelo novo coronavírus, as portas das casas e dos teatros tiveram que permanecer fechadas. O mesmo aconteceu com as Helenas: o espetáculo estava para estrear quando o isolamento social começou em março de 2020. A trama abordava justamente um embate entre as Helenas: presas há muito tempo em sua casa, elas se dividiam entre seguir exiladas em seu próprio lar ou abandonar sua residência e encarar uma realidade que queria exterminar seus sonhos e suas memórias. 

 

A Stultífera Cia entendeu que, sem imaginar que o mundo se encontraria desta forma, a obra estabelecia um forte diálogo com este momento pandêmico e com as sensações que o rodeiam. Por isso, durante o ano de 2020, sempre seguindo as medidas estipuladas pelo Plano São Paulo no combate à pandemia, o coletivo buscou formas de trazer o espetáculo para o ambiente virtual sem que os artistas colocassem sua saúde em risco e sem que a obra perdesse a sua essência: a imersão do público em um ambiente fantástico e onírico que flerta com a linguagem do realismo fantástico, disparando sonhos e memórias e misturando o real e o ficcional. 

 

Assim, o espetáculo foi adaptado de forma integral e se transformou no experimento audiovisual “Os Sonhos de Helenas: Estratégias Para Sobreviver”. Dividido em cinco partes - Prólogo, Delirar, Fracassar, Continuar Desejando e Epílogo -, a peça-filme passeia pelos contos de Eduardo Galeano e pelo mundo íntimo das memórias e dos sonhos dessas duas mulheres que deliram, fracassam e continuam desejando como os anfitriões das casas que visitaram num momento em que o encontro presencial ainda era permitido. Por meio de imagens oníricas, o filme traz duas mulheres (Helena 1 e Helena 2) em busca das estratégias necessárias para continuar sobrevivendo frente a uma realidade cada vez mais assustadora. A elas, soma-se uma terceira, Claribel Alegria, que escreve um novo mundo possível. 

 

sobre a stultífera cia.

As atrizes Maria Alves e Thai Leão se conheceram durante a formação de atores da Escola Livre de Teatro, em 2013, onde estudaram juntas por quatro anos. Desse encontro nasceu a vontade de trabalharem juntas. No último ano da formação, tiveram contato com o escritor uruguaio Eduardo Galeano e decidiram criar um projeto juntas. A obra escolhida foi “O Livro dos Abraços” e os contos de Helena tocaram as duas tão profundamente que foram escolhidos para ser o ponto de partida do trabalho que viriam a desenvolver.

 

No final de 2016, as atrizes começaram a se encontrar para decidir como seria o projeto e então tiveram a ideia de criar um espetáculo que pudesse ser apresentado em qualquer local e a qualquer horário. Assim, elas escreveram o projeto “Os Sonhos de Helenas”, que foi contemplado pela 14ª edição do Programa VAI I. Durante o processo da peça, as artistas decidiram dar vida à Stultífera Cia e convidaram os artistas Mariana Marinho e Paulo Arcuri para participar deste primeiro trabalho.

ficha técnica

Elenco: Maria Alves, Mariana Marinho e Thai Leão. Direção Geral: Paulo Arcuri. Roteiro: Mariana Marinho, livremente inspirado em "O Livro dos Abraços", de Eduardo Galeano. Concepção: Maria Alves, Mariana Marinho, Paulo Arcuri e Thai Leão. Edição: Dionísia Gonçalves. Produção: Maria Alves e Thai Leão. Realização: Stultifera Cia. 

Produção contemplada pelo 17º Programa VAI do Estado de São Paulo. Experimento audiovisual criado durante o isolamento social a partir do espetáculo homônimo, impedido de estrear em março de 2020 devido à pandemia pelo novo coronavírus. 

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